Oversubscription para os uplinks em uma rede LAN de duas camadas (two-tier)

O oversubscription, no contexto de redes de computadores, especialmente em data centers, refere-se à prática de dimensionar a capacidade de um switch de forma que a porta de uplink (portas que conectam em outros Switches de camadas superiores) tenha uma capacidade menor do que a soma das portas de downlink (conexão utilizada em endpoint e servidores).

A rede pode tolerar o uso de oversubscritpion em razão de todos os servidores possuírem diferentes perfis de trafego e não utilizarão toda a banda disponível de suas portas ao mesmo tempo.

Imagine um switch com 48 portas de 10Gbps cada e 4 portas de 40Gbps. A porta de uplink desse switch, que conecta o switch a outro equipamento na rede, pode ter apenas 160Gbps, enquanto o total de portas em uso ao mesmo tempo demandaria 480Gbps. Neste caso, o oversubscription ratio seria de 3:1 (480/160).

O cliente pode especificar a proporção máxima de oversubscription permitida para o projeto. Caso contrário, você geralmente deve buscar fornecer entre 3:1 e 5:1 de oversubscription entre a camada de acesso e a camada core em uma topologia de duas camadas.

Para dimensionar a largura de banda do uplink, use a fórmula:

Largura de banda do uplink = (Soma das portas de acesso) / Oversubscription

Essa fórmula calcula a capacidade mínima necessária no uplink, considerando a razão de oversubscription desejada.”

Exemplo Prático

Imaginando um switch com 10 portas de 1Gbps cada. Você deseja configurar uma proporção de oversubscription de 4:1. Qual será a largura de banda mínima do uplink?

  • Soma da largura de banda das portas de acesso: 10 portas * 1Gbps/porta = 10Gbps
  • Proporção de oversubscription: 4
  • Largura de banda do uplink: 10Gbps / 4 = 2.5Gbps

10*1 / 4 = 2.5Gbps

Portanto, você precisará de um uplink de pelo menos 2.5Gbps para atender a essa configuração. Caso o Switch possui apenas portas de 1Gbps no uplink, seriam necessárias pelo menos 3 portas de 1Gbps.

Observe que, se um cliente exigir um oversubscription muito baixo, você deve projetar uma topologia leaf-spine.

Referências

HPE Aruba Certified Network Architect – Data Center – Official Certification Study Guide (Exam HPE7 -A04)

MPLS (Multi Protocol Label Switching)

Apesar de existirem inúmeros sites em português com ótimas referencias de Introdução ao Protocolo MPLS, escreveremos uma serie de artigos com a utilização de MPLS em diversos cenários. Esse post servirá como uma pequena introdução para a descrição e utilização do protocolo com o foco um pouco mais simples na arquitetura e serviços.

O protocolo MPLS (Multi Protocol Label Switching) foi criado para permitir o encapsulamento de diversos protocolos de rede para serem encaminhados por Roteadores baseando-se apenas no endereço do Label ao invés do endereço de rede. A tecnologia é largamente utilizada pelos Provedores de Internet com diversas topologias de serviços orientado a redes em apenas uma única rede convergida com o MPLS em seu Backbone, permitindo a utilização de Redes Privadas (VPNs MPLS), Qualidade de Serviço (QoS), Any Transport over MPLS (AToM) e Engenharia de tráfego (MPLS-TE).

Ele é chamado de Multiprotocolo pois é utilizado com qualquer protocolo da camada de Rede e em certos cenários permite até o transporte de protocolos da Camada de Enlace sobre MPLS, apesar de quase todo o foco estar voltado no uso do MPLS com o IP.

O objetivo de uma rede MPLS dentro dos Provedores de Serviço não é o de conectar diretamente a sistemas finais.  Ao invés disto ela é uma rede de trânsito, para transporte de pacotes.

Em sua função básica os Roteadores do Backbone chamados de Provider Routers (P) encaminham o tráfego baseando-se apenas nos Labels.  Já os roteadores que são responsáveis por receber os pacotes IP e encapsulá-los com labels em uma rede MPLS são chamados de Provider Edge Routers (PE).

A terminologia dada aos equipamentos em uma rede MPLS é muito importante para identificarmos a função de cada equipamento na topologia e a sua função na arquitetura.

De certa forma, um cliente ao comprar uma comunicação entre as filiais utilizando um link MPLS privado (MPLS VPN), não terá necessariamente em seus roteadores o encaminhamento de pacotes via labels e muito menos a troca deles. Os roteadores designados para clientes, chamados de Customer Edge Routers (CE) possuem a função de prover conectividade na rede MPLS situados na “borda do cliente” (saída para rede).

A conectividade entre PE e CE poderá ser tanto provida por roteamento estático ou via IGP.

Mas o que são os Labels?

Em uma tradução literal, poderíamos dizer que label teria a atribuição de um rótulo. Em sua função no modo frame o label é inserido na frente do cabeçalho da camada de rede. Um pacote pode ter um ou mais rótulos dependendo do serviço oferecido na rede MPLS.

O label é um identificador, de tamanho fixo e significado local. Todo pacote ao entrar numa rede MPLS recebe um label. Desta forma os roteadores só analisam os labels para encaminhar os pacotes. O cabeçalho MPLS deve ser posicionado depois de qualquer cabeçalho da camada de enlace e antes do cabeçalho da camada de rede, ele é conhecido como Shim Header pelo seu posicionamento entre os 2 cabeçalhos e é “carinhosamente” chamado de protocolo da camada 2,5.do Modelo OSI.

Nos próximos posts daremos foco no processo de encaminhamento e troca de labels, outros termos comuns em uma rede MPLS e a configuração de Roteadores para a troca de labels.

Um grande abraço

Referências:

http://www.gta.ufrj.br/grad/01_2/mpls/mpls.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/MPLS
Designing and Implementing, IP/MPLS-Based Ethernet Layer 2 VPN Services, An Advanced Guide for VPLS and VLL, Zhuo ( Frank) Xu – Wiley Publishing, INC – 2010
MPLS Fundamentals, Luc De Ghein. – Cisco Press – 2006
TCP sobre MPLS, ENNE, ANTONIO JOSE FIGUEIREDO – Ciência Moderna – 2009

COMO ESCOLHER UM SWITCH DE REDE?

O mercado de TI oferece uma grande variedade de modelos de switches para os mais diversos fins.

Nesse video montamos uma lista de itens que pode te ajudar a qualificar o equipamento adequado com alguns simples pontos.

– Perfil do equipamento;
– Definir os ativos que conectarão ao Switch;
– Infra;
– Funcionalidades;
– Throughput;
– Integração com os equipamentos de outros fabricantes da rede ;
– Profissionais capacitados na equipe para gerenciamento;
– Troubleshooting;
– Robustez/ Credibilidade do fabricante / Garantia;
– Custo $$$;

SD-WAN – QUAIS SÃO OS DESAFIOS DA WAN QUE A TECNOLOGIA VEM SOLUCIONAR?

SD-WAN é a sigla para se referir ao termo “Software-Defined Wide Area Network”. Trata-se de uma abordagem onde as definições de tráfego são controladas por software de forma a se criar uma rede overlay para permitir a conectividade no âmbito de redes WAN.

Podendo ser composta de links dedicados, Internet de banda larga e serviços sem fio, a tecnologia SD-WAN permite gerenciar aplicativos de maneira eficiente, em particular aqueles na nuvem.

O tráfego é encaminhado de maneira automática e dinâmica pelo caminho WAN mais adequado e eficiente com base nas condições de rede, demandas das aplicações, requisitos de QoS e custo de circuito.

REDES WIRELESS – COLETA DE INFORMAÇÕES PARA UM PROJETO WI-FI

Nesse vídeo listamos algumas perguntas a serem feitas para o levantamento de informações para desenvolvimento de um projeto de rede sem fio.

Eu utilizo esse questionário para desenvolvimento de projetos de Wi-Fi e auxiliam a encontrar os problemas as serem resolvidos, necessidades de negócio e a escolha dos equipamentos que ajudarão em todo o ecossistema da rede sem fio.

VLAN DESIGN – COMO PLANEJAR MELHOR A SEGMENTAÇÃO DE REDES

Nesse vídeo listamos alguns pontos para um melhor planejamento na segmentação de redes com a utilização de VLANs.

TOPOLOGIA DE REDE CAMPUS – NETWORK DESIGN – 2 E 3 CAMADAS

A integração da rede campus utilizando dados, voz e vídeo torna-se essencial para a alta disponibilidade e impulsionamento dos negócios. Logo, uma rede local (LAN) projetada corretamente é um requisito fundamental, pois uma rede construída de forma hierárquica torna mais fácil o seu gerenciamento, expansão e troubleshooting para detecção de problemas. O design de rede hierárquico envolve a divisão da rede em camadas discretas, facilitando escalabilidade e desempenho.

Ciclo de Vida de um Projeto de Redes – PPDIOO e PBM

O PPDIOO é um acrônimo para “Prepare, Plan, Design, Implement, Operate, and Optimize”, que se refere ao ciclo de vida de rede proposto pela Cisco para o projetos, implementações e operação de redes de computadores.

O ciclo de vida PPDIOO é dividido em seis fases, cada uma com um conjunto de atividades específicas:

Prepare (Preparar): Nesta fase, o objetivo é identificar as necessidades do negócio e as metas da rede, avaliar as restrições e limitações do projeto e desenvolver um plano de projeto preliminar. Algumas atividades incluem: definir objetivos e requisitos de negócios, analisar recursos disponíveis e restrições, e identificar as partes interessadas.

Plan (Planejar): Nesta fase, o objetivo é criar um plano de projeto detalhado, incluindo um cronograma, um orçamento e um plano de gerenciamento de riscos. Algumas atividades incluem: definir as especificações técnica. Aqui, os planos de alto nível são desenvolvidos, incluindo um plano de gerenciamento do projeto, um plano de gerenciamento de risco e um plano de comunicação. Os requisitos técnicos e de design são estabelecidos .

Design (Projetar): Nesta fase, o objetivo é desenvolver um design detalhado da rede, incluindo a seleção de tecnologias, equipamentos e protocolos. Algumas atividades incluem: criar um esquema de endereçamento IP, projetar a topologia de rede, selecionar equipamentos e tecnologias de rede e criar um plano de configuração.

Implement (Implementar): Nesta fase, o objetivo é implementar a rede de acordo com o plano de projeto e o design. Algumas atividades incluem: instalar equipamentos de rede, configurar a rede, testar a conectividade e verificar se o desempenho da rede atende às especificações.

Operate (Operar): Nesta fase, o objetivo é gerenciar e manter a rede em funcionamento, garantindo a sua disponibilidade, segurança e desempenho. Algumas atividades incluem: monitorar a rede, solucionar problemas, fazer backup e restaurar dados, gerenciar usuários e garantir a conformidade com políticas e regulamentos.

Optimize (Otimizar): Nesta fase, o objetivo é melhorar continuamente o desempenho da rede, identificando áreas para aprimoramentos e implementando melhorias. Algumas atividades incluem: avaliar o desempenho da rede, identificar gargalos, implementar mudanças e atualizações e garantir a evolução da rede para atender às necessidades futuras do negócio.

O ciclo de vida PPDIOO é um modelo iterativo, o que significa que as fases podem ser revisitadas e repetidas para melhorar o desempenho da rede ou atender a novas necessidades de negócios.