Entendendo o CNAPP – Cloud-Native Application Protection Platform

O cenário de segurança na nuvem nunca esteve tão no centro das atenções. A cada atualização, novas possibilidades e, claro, novos riscos surgem. Plataformas de proteção de aplicações nativas da nuvem aparecem justamente porque a complexidade cresceu. As arquiteturas modernas exigem visibilidade, integração e rapidez para lidar com ameaças e conformidade. No fundo, talvez até pareça um quebra-cabeça onde cada peça é vital para proteger dados, reputação e funcionamento da empresa.

Se você alguma vez tentou rastrear um problema em um ambiente de nuvem distribuído, sabe o quanto pode ser frustrante lidar com múltiplas ferramentas isoladas, regras conflitantes e alertas sem contexto. Chega a ser um desafio acompanhar tamanha velocidade. Por isso, o que se busca são soluções que reúnam, automatizem e ajustem a proteção conforme as necessidades mudam tão rapidamente quanto as próprias aplicações.

Em 2024, os riscos em ambientes de nuvem alcançaram números preocupantes: os incidentes triplicaram em apenas um ano. Os dados do Relatório Global de Segurança na Nuvem mostram esse salto dramático. Difícil ignorar. Por trás desse aumento, não estão apenas hackers mais ousados, mas também a expansão acelerada dos próprios ambientes, a adoção de múltiplas nuvens e uma sede por inovação que desafia qualquer modelo tradicional de defesa.

A maioria das empresas já não depende mais de um único provedor. Usam várias nuvens para diferentes arquiteturas como containers, serverless e microserviços. Com isso, crescem as superfícies de ataque e, consequentemente, os pontos cegos. Ferramentas criadas para a era do data center, ou mesmo para nuvens isoladas, simplesmente ficam para trás.

É aí que entra a plataforma de proteção de aplicações nativas da nuvem –  CNAPP (Cloud-Native Application Protection Platform). Ela não nasce só para administrar regras de firewall ou alertar sobre malware. Seu papel é centralizar a proteção do ciclo de vida inteiro: desenvolvimento, implantação e operação.

O que é o CNAPP – plataforma de proteção nativa para a nuvem?

Pode soar um pouco técnico demais, mas, simplificando, essa solução integra várias funções que, antes, dependiam de ferramentas separadas. Não é só juntar tudo em um só lugar. A ideia é analisar riscos, detectar vulnerabilidades, automatizar respostas e garantir que as aplicações permaneçam seguras, sem causar lentidão ou confusão nas equipes de TI e desenvolvimento.

Em resumo, o CNAPP (Cloud-Native Application Protection Platform) é uma plataforma/solução de segurança abrangente projetada para proteger aplicações nativas da nuvem em todas as fases do seu ciclo de vida, desde o desenvolvimento até a implantação e operação em produção. Ela surge como uma resposta à complexidade dos ambientes modernos de nuvem, que envolvem microsserviços, containers, Kubernetes e infraestruturas dinâmicas. Ao unificar diferentes capacidades de segurança em uma única plataforma, a CNAPP oferece uma abordagem mais eficiente e integrada para mitigar riscos.

Um dos principais focos da CNAPP é a segurança preventiva, aplicando princípios de Shift-Left para identificar e corrigir vulnerabilidades ainda nas fases iniciais de desenvolvimento. Isso significa que questões como configurações incorretas, permissões excessivas ou imagens de containers vulneráveis são detectadas antes mesmo de serem implantadas na nuvem. Além disso, a plataforma monitora continuamente a infraestrutura em busca de ameaças em tempo real, como comportamentos anômalos em containers ou tentativas de exploração de vulnerabilidades em runtime.

Outro aspecto crítico da CNAPP é a visibilidade unificada, que permite às equipes de segurança gerenciar riscos em ambientes multicloud (AWS, Azure, Google Cloud) e híbridos de forma centralizada. Isso inclui a avaliação automática da conformidade com regulamentações como GDPR, LGPD e PCI-DSS, reduzindo o esforço manual e os erros humanos. Ao integrar-se com ferramentas DevOps e pipelines de CI/CD, a CNAPP facilita a adoção de práticas de DevSecOps, garantindo que a segurança seja uma parte natural do fluxo de trabalho, e não um obstáculo.

Entre as principais funcionalidades das plataformas temos:

  • Gerenciamento de postura de segurança em nuvem (CSPM – Cloud Security Posture Management): Serve para identificar más configurações, riscos de conformidade e falhas que abrem portas para invasores.
  • Proteção da carga de trabalho na nuvem (CWPP – Cloud Workload Protection Platform): Protege cargas de trabalho (containers, VMs, serverless)
  • Gerenciamento de identidade (CIEM -Cloud Infrastructure Entitlement Management): Gerencia permissões e acessos em ambientes de nuvem.
  • KSPM (Kubernetes Security Posture Management) – Foca na segurança de clusters Kubernetes.
  • Monitoramento de ameaças e vulnerabilidades: Detecta padrões incomuns ou pontos fracos tanto no código quanto na infraestrutura.
  • Automação de respostas: Simplifica e acelera reações a incidentes, bloqueando ameaças antes que virem problemas maiores.

Os principais componentes de uma plataforma integrada

A seguir, os principais elementos internos e suas funções:

Gestão de postura de segurança em nuvem (CSPM)

Essa parte do sistema se dedica a enxergar as nuvens como um todo. Investiga configurações erradas, acessos abertos, permissões exageradas, recursos esquecidos, backups sem proteção e até práticas que, à primeira vista, parecem inofensivas, mas aumentam o risco de vazamentos. O diferencial fica na automação: quando encontra uma ameaça, pode corrigir ou sugerir a ajuste rapidamente, sem depender de processos manuais demorados.

Proteção da carga de trabalho na nuvem (CWPP)

É o olho atento nas instâncias em execução. Desde virtual machines, containers, clusters Kubernetes, até funções serverless. Essa camada verifica políticas de execução, atualizações em tempo real e bloqueios diante de execuções anômalas ou tentativas de invasão.

Gestão de identidade e acesso (CIEM)

No mundo da nuvem, basta um acesso mal concedido para alguém conseguir mover montanhas. Essa função gerencia permissões de usuários, aplicações e recursos. Se alguém tenta acessar além do permitido, um alerta é gerado ou até mesmo o bloqueio é aplicado imediatamente.

Detection e resposta a ameaças

Com tantos serviços conectados, ameaças mudam de forma em segundos. Não adianta apenas consultar logs antigos. É preciso identificar comportamentos suspeitos em tempo real. O interessante é como as plataformas unificadas podem cruzar dados de várias partes do ambiente, achando padrões que ferramentas isoladas não enxergam. Frequentemente, algoritmos de machine learning são empregados para descobrir ataques muito sutis, verdadeiros “fantasmas digitais”.

Gerenciamento de vulnerabilidades

Talvez uma das funções mais temidas. Quando se fala em vulnerabilidade, é comum ouvir aquela pausa no corredor: “Será que não deixamos passar algo no deploy?” O monitoramento contínuo do código, bibliotecas e sistemas operacionais é constante. Atualizações são sugeridas com base em gravidade e contexto, impedindo que brechas conhecidas virem manchetes. A ideia nunca é só identificar, mas também priorizar o que precisa de correção, poupando energia dos times.

Automação: menos erros, mais agilidade

Essa talvez seja a característica mais encantadora para quem já sentiu o peso dos processos manuais. Imagine uma aplicação subindo em produção, mas um parâmetro inseguro passa despercebido. Com sistemas automatizados, esse tipo de desatenção vai para o histórico. Correções, análises de vulnerabilidade e respostas a incidentes se tornam processos automáticos, integrados ao pipeline.

Em vez de equipes respondendo a centenas de alertas, a automação filtra e direciona apenas os incidentes reais. Isso reduz a fadiga de alertas e também acelera respostas. No mundo DevSecOps, onde desenvolvimento e segurança andam juntos, essa automação é um alívio tanto para quem programa quanto para quem protege.

  • Menos tempo gasto com tarefas repetitivas.
  • Reações em minutos, não horas.
  • Correções sugeridas direto no código ou ambiente.

E, claro, transparência: tudo pode ser revisado, auditado e apresentado em relatórios claros (o que ajuda muito em auditorias e compliance).

Desafios culturais e práticos

Nem sempre é simples. Programadores muitas vezes querem agilidade, enquanto equipes de segurança tendem a ser mais cautelosas. Se a solução unificada não se integrar bem ao fluxo do time, vira um obstáculo. Por outro lado, quando os dois lados trabalham juntos desde a concepção da aplicação, problemas são evitados lá no início – onde a correção é mais barata e rápida.

Óbvio que a automação faz diferença, mas o fator humano ainda pesa. Pequenas reuniões diárias, revisões de código com foco em segurança e compartilhamento de indicadores costumam fazer mais pelo resultado final do que longas apresentações ou manuais extensos.

Conclusão

As plataformas de proteção de aplicações nativas da nuvem trouxeram um novo patamar para a segurança digital. Elas aparecem justamente para organizar o caos: reunindo funções como CSPM, CWPP, CIEM e detecção automatizada de ameaças num fluxo contínuo, transparente e adaptável.

O ambiente digital está mais agressivo e a pressão por conformidade aumenta, enquanto empresas aceleram em múltiplas nuvens, com equipes distribuídas e demandas infinitas. Nesse cenário, a adoção de plataformas integradas consegue reduzir riscos. Ganha agilidade, responde mais rápido, investe tempo no que faz diferença.

No fim, a proteção do ciclo de vida inteiro, multiplicada pela automação e colaboração, muda o jogo.

O que é Application Security Testing (AST)

O AST (Application Security Testing) é um termo abrangente usado para categorizar ferramentas e metodologias que testam a segurança de aplicações, identificando vulnerabilidades em diferentes estágios do ciclo de desenvolvimento (SDLC). O termo foi cunhado para unificar as abordagens de segurança em três categorias principais:

  • SAST (Static Application Security Testing)
  • DAST (Dynamic Application Security Testing)
  • IAST (Interactive Application Security Testing)

Posteriormente, o mercado também incluiu:

  • SCA (Software Composition Analysis) – Para análise de dependências vulneráveis (ex: bibliotecas de terceiros).
  • API Security Testing – Focado em testes específicos para APIs.

Aplicar testes de segurança em software é fundamental para proteção de dados e evitar incidentes de segurança. Quando falamos de SAST, DAST, IAST, SCA, API Security Testing e também o Pentest, estamos nos referindo a diferentes métodos de identificar falhas antes que elas possam ser exploradas por criminosos.

Com um bom processo de segurança ao longo do SDLC (Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Software), você pode perceber vulnerabilidades durante o desenvolvimento. Por exemplo, o SAST vai trabalhar com o código-fonte para identificar falhas desde o início. Já o DAST testa as aplicações em funcionamento para encontrar brechas.

Essa abordagem garante que você não apenas corrija problemas, mas faça isso de forma eficaz. Afinal, queremos que os usuários se sintam seguros ao usar nossas aplicações. Investir em boas práticas de segurança é um passo importante que traz um retorno enorme no futuro.

Componentes principais do AST: SAST, DAST e IAST

No mundo da segurança de aplicações, é importante entender alguns conceitos para proteger seu software de forma eficaz. Vamos falar sobre três métodos essenciais: SAST, DAST e IAST. Cada um desempenha um papel importante, ajudando a identificar vulnerabilidades antes que se tornem um problema sério.

Para facilitar a compreensão, confira os pontos principais de cada método:

  • SAST: Analisa o código-fonte (ou binários) de forma estática (sem executar a aplicação). Identifica vulnerabilidades como SQL Injection, XSS, hardcoded passwords, más práticas de codificação, entre outras. É integrado a IDEs (ex: SonarQube, Checkmarx) ou em pipelines de CI/CD.
  • DAST: Testa a aplicação em execução (dinamicamente), simulando ataques externos. Foca em vulnerabilidades como injeções, configurações inseguras e falhas em APIs.
  • IAST: Combina SAST + DAST, analisando o código durante a execução (com agentes ou sensors no runtime). Detecta vulnerabilidades em tempo real, como autenticação quebrada ou vazamento de dados.

Incorporar esses testes ao seu SDLC é crucial para garantir a segurança. Lembre-se, a proteção deve vir desde o início do desenvolvimento para preservar os dados e a confiança do usuário.

CritérioSASTDASTIAST
TipoEstático (código)Dinâmico (runtime)Híbrido (código + runtime)
MomentoDesenvolvimentoTeste/ProduçãoTeste/Produção
PrecisãoMédia (falsos positivos)Baixa-MédiaAlta
CoberturaCódigo internoComportamento externoAmbos

Falando um pouco mais de SAST e como ele funciona?

O SAST é uma ferramenta que analisa o código do seu aplicativo antes dele ser executado. Pense nisso como ter um revisor que aponta erros enquanto você escreve um texto. Por exemplo, se você está criando um sistema de login, o SAST pode detectar se você esqueceu de proteger dados sensíveis, evitando problemas maiores no futuro.

Essa técnica ajuda a agilizar o desenvolvimento e a criar aplicativos mais seguros. Assim, você corrige falhas logo no início do processo, o que é muito mais fácil e menos custoso.

O SAST é utilizado na fase de desenvolvimento (Shift Left) e integrado a IDEs. Entre as suas vantagens, pode detectar problemas cedo, reduzindo custos de correção e cobre grande parte do código.

Já as suas limitações são que as ferramentas podem gerar falsos positivos assim como não identificar vulnerabilidades em tempo de execução.

DAST: a segurança em tempo real

O DAST, ou Dynamic Application Security Testing, é uma ferramenta para proteger as aplicações enquanto estão em execução. Diferente do SAST, que analisa o código antes da execução, o DAST efetua testes em tempo real. Ele simula ataques para identificar vulnerabilidades que podem surgir quando o aplicativo está acessível. Por exemplo, ao usar um aplicativo de banco, um teste DAST poderia identificar falhas de segurança, como senhas fracas sendo expostas.

Integrar o DAST ao seu processo de desenvolvimento é importante. Isso significa que você pode corrigir problemas rapidamente e fortalecer a segurança.

É utilizado em fase de testes ou produção (ambiente real) com ferramentas como OWASP ZAP, Burp Suite, Nessus.

Suas principais vantagens são em identificar riscos reais, como problemas de deploy ou dependências externas e não requer acesso ao código-fonte.

Já suas limitações são em não apontar a linha exata do código vulnerável e pode ser lento e menos abrangente que SAST.

IAST: a combinação do SAST e DAST

O IAST combina técnicas de SAST e DAST, analisando o código enquanto a aplicação está em funcionamento. É uma abordagem avançada de segurança que combina elementos do SAST (análise estática de código) e do DAST (testes dinâmicos em runtime), operando diretamente durante a execução da aplicação. 

Ao instrumentar o código com agentes ou sensores, o IAST monitora o comportamento da aplicação em tempo real, identificando vulnerabilidades como injeções SQL, quebras de autenticação e vazamento de dados com maior precisão e menos falsos positivos que métodos tradicionais. Sua integração contínua em ambientes de teste e produção permite correções ágeis, sendo ideal para pipelines DevOps, onde oferece visibilidade detalhada das vulnerabilidades no contexto real da aplicação, sem impactar significativamente o desempenho. Essa tecnologia representa um avanço para segurança em aplicações modernas, especialmente em arquiteturas de microsserviços e APIs.

Quando é usado? Em ambientes de teste (QA/staging) ou produção monitorada.

Vantagens: Precisão maior (menos falsos positivos) e Monitoramento contínuo.

Limitações: Pode impactar performance da aplicação e requer instrumentação do código.

Outro componente do AST: o SCA

O Software Composition Analysis ajuda a descobrir quais bibliotecas e componentes de terceiros você está utilizando. Ao analisar suas dependências, você evita surpresas desagradáveis, como vulnerabilidades conhecidas que podem comprometer a segurança. Além disso, incluir o SCA no seu processo de desenvolvimento é uma maneira inteligente de proteger seu código. Ao lado de outras práticas como SAST, DAST, e Pentest, o SCA forma uma rede de proteção. Assim, você assegura que seu software, desde o início até o fim do SDLC, foi construído com componentes confiáveis e seguros, tornando sua aplicação muito mais forte.

Pentest: um ataque autorizado para segurança reforçada

Um pentest  simula um ataque real ao seu software para encontrar vulnerabilidades

Aqui estão algumas etapas importantes desse processo:

  • Reconhecimento: A primeira fase envolve coletar informações sobre o sistema. Quanto mais dados você tiver, melhor.
  • Exploração: Aqui, tentamos acessar dados não autorizados. Essa é a parte onde encontramos as brechas.
  • Relatório: Por fim, reunimos tudo em um documento. Essa é uma ferramenta valiosa para que você possa corrigir as falhas e melhorar a segurança.

API Security Testing: O Que É e Por Que é Importante?

As APIs (Application Programming Interfaces) são fundamentais para a comunicação entre sistemas modernos, como aplicações web, mobile, microserviços e cloud. No entanto, elas também são alvos frequentes de ataques, incluindo injeções de dados, autenticação comprometida e vazamento de informações.

O API Security Testing é um conjunto de técnicas e ferramentas projetadas para identificar vulnerabilidades em APIs antes que possam ser exploradas por invasores.

Integração do AST no SDLC: segurança desde o início

Integrar o Application Security Testing durante o SDLC garante que a segurança das aplicações esteja sempre em primeiro lugar.

Imagine descobrir uma falha grave na última hora; é desgastante, certo? Se a segurança for abordada desde o início, você fortalece seu produto e transmite confiança aos usuários. Investir em práticas como SAST, DAST, IAST e Pentest ao longo do desenvolvimento ajuda a criar soluções mais seguras.

Aqui estão alguns benefícios importantes que esses testes trazem:

  • Detecção precoce: Isso significa descobrir falhas antes que se tornem um grande problema. Imagine encontrar uma pequena rachadura na parede da sua casa; quanto antes você consertar, melhor!
  • Redução de custos: Consertar erros no início do processo de desenvolvimento é muito mais barato do que esperar até o produto estar pronto. Você economiza recursos e tempo.
  • Aumento da confiança: Quando os usuários sabem que suas informações estão seguras, ficam mais propensos a usar o aplicativo e confiar na marca.
  • Conformidade: Seguir normas e regulamentos evita multas e problemas legais, garantindo que sua empresa esteja sempre em dia com as leis.

Investir em segurança é uma escolha inteligente e necessária para o seu software!

Desafios e considerações ao implementar AST

Implementar segurança nos aplicativos pode ser complicado, especialmente quando a pressa é uma constante. Um dos maiores desafios que você pode encontrar é a falta de conhecimento da equipe sobre práticas de segurança pois algumas ferramentas de teste podem não se integrar bem aos processos que você já tem, o que gera retrabalho e frustração.

A cultura da empresa também pode ser um obstáculo. Muitas vezes, há uma preferência pela velocidade em vez de segurança, aumentando os riscos. Para enfrentar isso, é essencial criar uma mentalidade de segurança desde o início do desenvolvimento de software. Aqui estão algumas dicas para facilitar essa implementação:

  • Treinamento contínuo: Invista na capacitação da equipe.
  • Integração de ferramentas: Escolha soluções que funcionem bem com o que já existe.
  • Cultura de segurança: Encoraje a equipe a ver a segurança como uma prioridade, não um obstáculo.

Futuro do Application Security Testing

O futuro do teste de segurança de aplicativos está mudando e se tornando cada vez mais importante. Com o aumento das ameaças cibernéticas, é importante que as empresas fiquem um passo à frente. Por exemplo, o uso de ferramentas como SAST, DAST e IAST permite que as vulnerabilidades sejam identificadas desde as fases iniciais do desenvolvimento. O que antes era um processo isolado, agora é parte integrante do ciclo de vida do desenvolvimento de software (SDLC). Além disso, práticas como Pentest ajudam a validar a segurança das aplicações em ambientes reais. Isso significa que as equipes precisam colaborar e adotar uma mentalidade de segurança. Assim, a proteção dos dados não é apenas responsabilidade de um setor, mas de toda a empresa. E, ao integrar esses testes no dia a dia, a segurança se torna mais eficaz.

Conclusão: segurança de aplicações como prioridade

A adoção de AST (Application Security Testing) é fundamental para garantir a segurança de aplicações em um cenário onde ameaças cibernéticas são cada vez mais sofisticadas e frequentes. Ao integrar testes estáticos (SAST), dinâmicos (DAST) e interativos (IAST) no ciclo de desenvolvimento, as organizações identificam e corrigem vulnerabilidades ainda nas fases iniciais, reduzindo riscos e custos associados a brechas exploradas em produção.

Essa abordagem proativa não apenas protege dados sensíveis, mas também fortalece a conformidade com regulamentações e a confiança dos usuários. Além disso, o AST moderno vai além da detecção tradicional, incorporando análises de dependências (SCA) e testes específicos para APIs, cobrindo todo o espectro de ameaças. Em um mundo de desenvolvimento ágil e DevOps, automatizar a segurança com AST permite que as equipes entreguem software rápido sem sacrificar a proteção. Empresas que ignoram essa prática não só ficam expostas a violações caras, mas também perdem competitividade em um mercado que valoriza a segurança como requisito

O que é o BEC (Business Email Compromise) e como ele se difere do phishing?

BEC (Business Email Compromise) é um tipo de golpe cibernético que envolve o uso de e-mails fraudulentos para enganar empresas ou funcionários, com o objetivo de realizar transferências financeiras não autorizadas ou obter informações confidenciais. Esse tipo de ataque é altamente direcionado e geralmente envolve pesquisa prévia sobre a vítima, como funcionários estratégicos, de finanças ou executivos de alto nível.

O detalhe que torna o comprometimento de e-mails comerciais (BEC) mais perigoso é que essas mensagens são bem elaboradas. Os criminosos costumam pesquisar a empresa e seus colaboradores antes de atacar. Isso significa que eles sabem como se comunicar de forma convincente.

O BEC é diferente do phishing, que tem como objetivo atacar muitas pessoas de uma só vez. Aqui, o foco é específico a um determinado alvo e isso torna a armadilha muito mais eficaz. Portanto, a melhor defesa é a conscientização e a comunicação.

Como os hackers executam o BEC?

Os hackers estão sempre inovando em suas estrategias, e uma das etapas mais importantes desse golpe é a pesquisa cuidadosa. Os criminosos costumam estudar a empresa e seus colaboradores nas redes sociais antes de agir.

Para criar um e-mail convincente, eles utilizam detalhes que fazem parecer que o pedido é legítimo. Muitas vezes, os atacantes conseguem alterar o endereço de e-mail, fazendo com que a mensagem pareça ter vindo de alguém de dentro da empresa ou de algum parceiro comercial. Dentre as estratégias utilizadas, estão:

  • Engenharia Social: O criminoso se passa por alguém de confiança, como um executivo da empresa, um fornecedor ou um parceiro de negócios.
  • Fraude de E-mail: O atacante envia um e-mail que parece legítimo, solicitando uma transferência de dinheiro ou informações sensíveis.
  • Execução do Golpe: A vítima, acreditando que o pedido é autêntico, realiza a transferência ou compartilha dados confidenciais.

Técnicas comuns:

  • Spoofing de E-mail: O criminoso falsifica o endereço de e-mail para parecer que a mensagem vem de uma fonte confiável.
  • Ataques de Domínio Similares: O atacante usa um domínio de e-mail muito parecido com o da empresa (ex: “empresa.com” vs. “empresaa.com”).
  • Comprometimento de Contas: O criminoso invade a conta de e-mail de um funcionário e usa-a para enviar solicitações fraudulentas.

Exemplos de Cenários:

  1. Impersonação de Executivo: O criminoso se passa pelo CEO ou CFO e solicita uma transferência urgente para uma conta bancária controlada por ele.
  2. Fraude de Fornecedor: O atacante se faz passar por um fornecedor e envia uma fatura falsa com instruções para pagamento em uma nova conta bancária.
  3. Comprometimento de E-mail Corporativo: O criminoso acessa o e-mail de um funcionário e monitora comunicações para identificar oportunidades de fraude.

Por isso, é sempre bom desconfiar de pedidos inesperados, mesmo que pareçam inofensivos. Ficar atento pode salvar sua empresa de dor de cabeça e perda financeira.

Impactos:

  • Perdas Financeiras: As empresas podem perder grandes quantias de dinheiro, muitas vezes difíceis de recuperar.
  • Vazamento de Dados: Informações confidenciais podem ser expostas.
  • Danos à Reputação: A empresa pode sofrer perda de confiança por parte de clientes e parceiros.

Por que a engenharia social é um elemento estratégico para os atacantes?

A engenharia social é uma técnica muito usada por golpistas. Eles não precisam de tecnologias complicadas; o que realmente importa é como se conectam às pessoas. Quando um criminoso se passa por alguém confiável, como seu chefe ou um colega, ele usa isso para manipular a situação ao seu favor.

Pense, por exemplo, que você recebe um e-mail do seu gerente pedindo uma transferência urgente de dinheiro. Na hora, você pode ficar nervoso e pensando que deve seguir a ordem. É nessa pressão que os hackers se aproveitam. O medo de desobedecer ou causar um problema pode fazer você agir rápido demais.

As mensagens enganadoras costumam parecer muito genuínas. Os golpistas costumam usar detalhes para dar a impressão de que estão falando a verdade. Além disso, eles costumam pedir respostas ou ações rápidas, o que pode tornar tudo ainda mais confuso. É importante que você sempre reflita e analise a situação. Pergunte a si mesmo: isso é realmente necessário? e é assim que meu chefe costuma se comunicar? Essa situação é plausível? Essas pequenas reflexões podem ajudar a evitar um golpe e proteger sua empresa de danos.

Os alvos mais comuns de ataques de BEC

Os ataques de BEC têm como foco empresas que lidam com dinheiro. Mas quem são as pessoas que os golpistas costumam mirar? Vamos falar sobre alguns alvos comuns:

Executivos de Alto Nível: Líderes como CEOs e diretores financeiros são muito visados. Eles podem tomar decisões que resultam em grandes perdas financeiras se forem enganados.

Times Financeiros: Funcionários que trabalham com pagamentos são alvos frequentes. Eles têm acesso a contas bancárias, tornando-se vulneráveis a fraudes.

Recursos Humanos: Os golpistas também tentam enganar equipes de RH. Eles podem buscar informações confidenciais de novos colaboradores, usando técnicas de persuasão.

Fornecedores: Empresas que mantêm relações comerciais com fornecedores são outra mira. Um golpista pode se passar por um fornecedor legítimo para solicitar pagamentos.

Esses grupos são escolhidos pelo acesso que têm a informações financeiras e pela capacidade de causar grandes danos financeiros.

Consequências dos ataques de BEC

Os ataques de BEC podem ter consequências muito sérias para as empresas. A primeira delas é o risco financeiro. Essa perda pode ser grande, dependendo do valor. Além disso, pode resultar em rompimentos de contratos ou perda de reputação. Uma única mensagem enganosa pode causar estragos enormes.

Após um incidente, a reputação da empresa pode demorar a se recuperar. Além disso, as consequências legais são um fator a considerar. Se a fraude resultar no vazamento de dados pessoais, a empresa pode enfrentar processos judiciais.

Dicas para proteger sua empresa do Business Email Compromise

Proteger sua empresa contra ataques de BEC é mais importante do que você imagina. Esses golpes podem causar prejuízos financeiros e até mesmo danos à reputação. Aqui estão algumas dicas valiosas que podem te ajudar a aumentar a segurança da sua organização:

  • Treinamentos Frequentes: Invista tempo em capacitar sua equipe para reconhecer e-mails suspeitos. Treinamentos podem incluir simulações de ataques, tornando o aprendizado prático e eficaz.
  • Confirmação de Pedidos: Sempre que receber um pedido suspeito, ligue para confirmar. Não se baseie apenas no e-mail, pois este pode ser falsificado.
  • Use Autenticação de Dois Fatores: Essa camada extra de segurança torna mais difícil para invasores acessarem suas contas, proporcionando uma proteção a mais.
  • Autenticação de E-mails: Implementar tecnologias como DMARC, SPF e DKIM para prevenir spoofing de e-mails.
  • Desconfiança em Mensagens Urgentes: Se um e-mail solicitar ação imediata, duvide. Essa é uma tática comum entre golpistas para te pressionar.
  • Mantenha seus Sistemas em Dia: Atualizar softwares e sistemas de segurança evita que vulnerabilidades sejam exploradas por hackers.
  • Políticas de Segurança: Estabelecer procedimentos rigorosos para transferências financeiras e compartilhamento de informações.
  • Monitoramento de Contas: Ficar atento a atividades incomuns em contas de e-mail corporativas.
  • Proteções Anti-phishing: Como os e-mails de BEC (Business Email Compromise) são uma forma de phishing, a implementação de soluções Anti-phishing é fundamental para se proteger contra esse tipo de ameaça. Uma solução Anti-phishing eficaz deve ser capaz de detectar sinais característicos de e-mails BEC, como endereços de resposta que não coincidem com os do remetente, e utilizar técnicas de aprendizado de máquina (machine learning, ML) para analisar o conteúdo do e-mail, identificando possíveis indícios de um ataque.

O Business Email Compromise é uma ameaça crescente e pode causar prejuízos significativos, por isso é essencial que as empresas adotem medidas proativas para se proteger.

A importância da educação e conscientização

Educação e conscientização sobre segurança da informação são cruciais para proteger sua empresa de fraudes, como o BEC. Muitas vezes, os funcionários são a primeira linha de defesa. Quando estão bem preparados, conseguem identificar tentativas de golpe com mais facilidade.

Uma maneira eficaz de evitar problemas é investir em treinamentos constantes para sua equipe. Esses treinamentos podem incluir simulações de ataques, onde os funcionários aprendem a reconhecer e-mails suspeitos. Isso não só aumenta a confiança deles, mas também reduz as chances de serem enganados. O conhecimento é uma ferramenta poderosa!

Cultivar uma cultura de comunicação aberta é igualmente importante. Os funcionários devem se sentir seguros para questionar solicitações estranhas ou alertar sobre possíveis ameaças. Pequenas conversas sobre experiências anteriores podem se transformar em grandes lições.

Olho no futuro: tendências e tecnologias em BEC

O futuro dos ataques de BEC (Business Email Compromise) promete ser ainda mais desafiador, especialmente com o crescimento da inteligência artificial. Imagine receber um e-mail que parece realmente ter sido escrito pelo seu chefe, mas, na verdade, foi gerado por IA. Isso já está acontecendo! O que podemos fazer para nos proteger?

Uma abordagem é ficar de olho nas novas técnicas que os golpistas usam, como a personalização dos e-mails. Eles podem coletar informações de redes sociais para tornar suas mensagens mais convincentes.

Algumas empresas de cibersegurança tem desenvolvido produtos que utilizam machine learning para analisar o conteúdo do e-mail, identificando possíveis indícios de um ataque, atuando como uma camada extra na proteção de email.

A conclusão e o que você pode fazer agora

Para se proteger, é essencial entender as ameaças e tomar algumas ações práticas. Por exemplo, sempre que receber um pedido financeiro, verifique se ele é realmente legítimo. Uma simples ligação ou mensagem para confirmar pode evitar muitos problemas. Invista em treinamentos de segurança para sua equipe; o conhecimento é uma poderosa defesa. Também é importante que todos na empresa tenham uma mentalidade crítica sobre os e-mails que recebem. Reforce a importância de relatar qualquer atividade suspeita. Lembre-se, pequenas atitudes fazem uma grande diferença na proteção do seu negócio. Não deixe a segurança em segundo plano; esteja sempre alerta e preparado para agir.

Referências

https://www.checkpoint.com/pt/cyber-hub/threat-prevention/what-is-email-security/business-email-compromise-bec/

https://www.trendmicro.com/vinfo/br/security/definition/business-email-compromise-bec

https://www.cisco.com/site/us/en/learn/topics/security/what-is-business-email-compromise-bec.html

https://www.ic3.gov/CrimeInfo/BEC

O que é Data Security Posture Management (DSPM)?

No mundo digital em constante evolução, a proteção de dados tornou-se uma prioridade crítica para organizações de todos os tamanhos. Com o aumento do volume de dados sensíveis armazenados em repositórios locais,  nuvens públicas, privadas e híbridas, as empresas enfrentam desafios significativos para garantir que suas informações estejam seguras e em conformidade com as regulamentações. É aqui que entra o Data Security Posture Management (DSPM), uma abordagem moderna e proativa para a segurança de dados.

O DSPM é uma solução de segurança cibernética projetada para ajudar as organizações a identificar, monitorar e gerenciar a postura de segurança de seus dados (estruturados e não estruturados). Em termos simples, o DSPM permite que as empresas tenham uma visão clara de onde seus dados estão armazenados, quem tem acesso a eles e como estão sendo protegidos.

O DSPM vai além das soluções tradicionais de segurança, focando especificamente na proteção dos dados em si, em vez de apenas proteger a infraestrutura ou os dispositivos. Ele utiliza tecnologias avançadas, como machine learning e automação, para detectar vulnerabilidades, classificar dados sensíveis e garantir a conformidade com regulamentações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil, GDPR na Europa e CCPA nos Estados Unidos.

Por que o DSPM é importante?

  1. Crescimento dos dados na nuvem: Com a migração massiva para a nuvem, os dados estão mais dispersos e acessíveis do que nunca. Isso aumenta o risco de vazamentos e acessos não autorizados. O DSPM ajuda a manter o controle sobre esses dados, mesmo em ambientes complexos e distribuídos.
  2. Regulamentações rigorosas: As leis de proteção de dados estão se tornando cada vez mais rigorosas em todo o mundo. O DSPM ajuda as organizações a garantir que estão em conformidade com essas regulamentações, evitando multas e danos à reputação.
  3. Ameaças cibernéticas em evolução: Os cibercriminosos estão constantemente desenvolvendo novas técnicas para acessar dados sensíveis. O DSPM fornece uma camada adicional de segurança, identificando e corrigindo vulnerabilidades antes que sejam exploradas.
  4. Visibilidade e controle: Muitas organizações não têm uma visão clara de onde seus dados estão armazenados ou como estão sendo usados. O DSPM oferece uma visão centralizada, permitindo que as empresas tomem decisões informadas sobre a proteção de seus ativos mais valiosos.

Como o DSPM funciona?

O DSPM opera em três etapas principais:

  1. Descoberta e classificação de dados: A solução varre os repositórios para identificar onde os dados estão armazenados e classifica-os com base em sua sensibilidade (por exemplo, dados pessoais, financeiros ou de saúde).
  2. Avaliação de riscos: O DSPM analisa as configurações de segurança, permissões de acesso e políticas de criptografia para identificar possíveis vulnerabilidades ou violações de conformidade.
  3. Remediação e monitoramento contínuo: Com base nas descobertas, o DSPM recomenda ações corretivas e monitora continuamente o ambiente para garantir que os dados permaneçam seguros ao longo do tempo.

Exemplo de cobertura de algumas plataformas pela solução da Varonis https://www.varonis.com/coverage

Benefícios do DSPM

  • Proteção proativa de dados: Identifica e corrige vulnerabilidades antes que sejam exploradas.
  • Conformidade simplificada: Facilita a adesão às regulamentações de proteção de dados.
  • Redução de riscos: Minimiza a probabilidade de vazamentos de dados e violações de segurança.
  • Eficiência operacional: Automatiza processos manuais, liberando tempo para que as equipes de segurança se concentrem em tarefas estratégicas.

DSPM e IA Generativa

A integração entre soluções de Data Security Posture Management (DSPM) e tecnologias de Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa), como o Copilot da Microsoft, representa uma camada extra de proteção para melhorar a segurança, a produtividade e na eficiência nas organizações. No entanto, essa interação também traz desafios significativos, especialmente quando se trata de proteger dados sensíveis e garantir a conformidade com regulamentações de privacidade.

1. Identificação e Classificação de Dados Sensíveis

As soluções de DSPM são especializadas em descobrir e classificar dados sensíveis em ambientes de nuvem, como e-mails, documentos, bancos de dados e armazenamentos em nuvem. Quando integradas a ferramentas de IA Generativa, como o Copilot, o DSPM pode:

  • Identificar dados sensíveis usados em prompts: O Copilot, por exemplo, pode ser usado para gerar textos, análises ou códigos com base em dados fornecidos pelo usuário. O DSPM pode monitorar esses dados em tempo real, identificando se informações sensíveis (como dados pessoais, financeiros ou de saúde) estão sendo usadas.
  • Classificar o risco: Se um usuário inserir dados confidenciais em um prompt, o DSPM pode alertar sobre o potencial risco de exposição ou violação de políticas de segurança.

Ferramentas de IA Generativa, como o Copilot, podem acessar e processar grandes volumes de dados para fornecer respostas ou sugestões. O DSPM pode ajudar a garantir que esse uso esteja em conformidade com as regulamentações de privacidade, como a LGPD, GDPR ou HIPAA:

  • Auditoria de prompts e respostas: O DSPM pode monitorar as interações com o Copilot para garantir que os dados usados e gerados estejam alinhados com as políticas de segurança da organização.
  • Bloqueio de dados sensíveis: Se um usuário tentar usar dados altamente confidenciais em um prompt, o DSPM pode intervir, bloqueando a ação ou solicitando uma aprovação adicional.

Uma das principais preocupações com ferramentas de IA Generativa é o risco de vazamento acidental de dados. Por exemplo, se um usuário inserir informações confidenciais em um prompt, esses dados podem ser processados e armazenados em servidores de terceiros. O DSPM pode mitigar esse risco:

  • Detecção de comportamentos de risco: O DSPM pode identificar padrões de uso que possam indicar um risco de vazamento, como o envio repetido de dados sensíveis para ferramentas de IA.
  • Integração com políticas de DLP (Data Loss Prevention): O DSPM pode trabalhar em conjunto com soluções de DLP para bloquear o envio de dados confidenciais para ferramentas externas, como o Copilot.

A IA Generativa, como o Copilot, é projetada para aumentar a produtividade, automatizando tarefas e fornecendo insights valiosos. O DSPM pode garantir que isso seja feito de forma segura:

  • Contextualização de permissões: O DSPM pode garantir que apenas usuários autorizados tenham acesso a determinados dados ao interagir com o Copilot.
  • Análise de riscos em tempo real: Enquanto o Copilot gera respostas ou sugestões, o DSPM pode analisar o conteúdo gerado para garantir que não haja exposição de dados sensíveis.

O uso de IA Generativa muitas vezes envolve equipes que podem não estar totalmente cientes dos riscos associados ao uso de dados confidenciais. O DSPM pode ajudar nessa área:

  • Alertas e treinamentos proativos: Se um usuário tentar usar dados sensíveis de forma inadequada, o DSPM pode enviar alertas educativos, explicando os riscos e as melhores práticas.
  • Relatórios de uso: O DSPM pode fornecer relatórios detalhados sobre como a IA Generativa está sendo usada, ajudando a identificar áreas onde a conscientização e o treinamento são necessários.

Ferramentas como o Copilot são frequentemente integradas a outras plataformas, como Microsoft 365, Azure ou GitHub. O DSPM pode se integrar a essas APIs para:

  • Monitorar fluxos de dados: Garantir que os dados transferidos entre plataformas e ferramentas de IA estejam protegidos.
  • Aplicar políticas de segurança: Definir regras específicas para o uso de dados em diferentes contextos, como desenvolvimento de código, redação de documentos ou análise de dados.

Para empresas que desejam adotar IA Generativa de forma segura, investir em soluções de DSPM não é apenas uma boa prática – é uma necessidade estratégica. Ao fazer isso, as organizações podem aproveitar ao máximo o potencial da IA minimizando os riscos e construindo uma base sólida para o futuro digital.

Protegendo os Dados Estruturados e Não Estruturados 

As soluções de Data Security Posture Management (DSPM) são projetadas para proteger tanto dados estruturados quanto dados não estruturados. Essa capacidade é um dos principais diferenciais do DSPM em relação a outras soluções de segurança, que muitas vezes focam apenas em um tipo específico de dado. Vamos explorar como o DSPM lida com cada um desses tipos de dados:

1. Proteção de Dados Estruturados

Dados estruturados são informações organizadas em formatos definidos, como tabelas em bancos de dados relacionais (SQL, Oracle, etc.) ou planilhas. Eles são facilmente pesquisáveis e categorizáveis, mas também podem conter informações sensíveis, como dados pessoais, financeiros ou de saúde.

Como o DSPM protege dados estruturados:

  • Descoberta e classificação: O DSPM identifica bancos de dados e tabelas que contêm dados sensíveis, classificando-os com base em seu nível de confidencialidade.
  • Avaliação de riscos: Analisa as configurações de segurança, como permissões de acesso, criptografia e políticas de retenção, para identificar vulnerabilidades.
  • Monitoramento contínuo: Rastreia o acesso e o uso dos dados estruturados, alertando sobre atividades suspeitas ou violações de políticas.
  • Conformidade: Garante que os dados estruturados estejam em conformidade com regulamentações como LGPD, GDPR e HIPAA.

2. Proteção de Dados Não Estruturados

Dados não estruturados são informações que não seguem um formato pré-definido, como documentos de texto, e-mails, PDFs, imagens, vídeos, áudios e arquivos armazenados em serviços de nuvem (Google Drive, OneDrive, SharePoint, etc.). Esse tipo de dado representa a maior parte dos dados gerados pelas organizações e é frequentemente o mais difícil de proteger.

Como o DSPM protege dados não estruturados:

  • Varredura e identificação: O DSPM utiliza técnicas avançadas, como processamento de linguagem natural (NLP) e machine learning, para escanear e identificar dados sensíveis em arquivos não estruturados.
  • Classificação automática: Classifica os dados com base em seu conteúdo, como informações pessoais, números de cartão de crédito ou segredos comerciais.
  • Análise de contexto: Entende o contexto em que os dados são usados, identificando riscos específicos (por exemplo, um documento confidencial compartilhado publicamente).
  • Remediação: Recomenda ou aplica ações corretivas, como mover arquivos para locais seguros, aplicar criptografia ou remover permissões de acesso inadequadas.

3. Desafios na Proteção de Dados Não Estruturados

Proteger dados não estruturados é mais complexo do que proteger dados estruturados, devido à sua natureza variada e à falta de organização. No entanto, as soluções de DSPM modernas são equipadas com tecnologias avançadas para lidar com esses desafios:

  • Escalabilidade: O DSPM pode lidar com grandes volumes de dados não estruturados, mesmo em ambientes de nuvem distribuídos.
  • Precisão: Usa algoritmos de IA para identificar dados sensíveis com alta precisão, reduzindo falsos positivos.
  • Integração: Conecta-se a diversas fontes de dados, como e-mails, serviços de armazenamento em nuvem e aplicativos de colaboração, para garantir uma proteção abrangente.

4. Benefícios de Proteger Ambos os Tipos de Dados

Ao proteger dados estruturados e não estruturados, as soluções de DSPM oferecem benefícios significativos:

  • Visibilidade unificada: Fornece uma visão centralizada de todos os dados da organização, independentemente de seu formato ou localização.
  • Redução de riscos: Minimiza a probabilidade de vazamentos de dados, violações de segurança e multas por não conformidade.
  • Eficiência operacional: Automatiza processos manuais de descoberta, classificação e proteção de dados, liberando tempo para as equipes de segurança.
  • Conformidade simplificada: Facilita a adesão a regulamentações de privacidade, que exigem a proteção de todos os tipos de dados.

5. Exemplos Práticos

  • Dados estruturados: Um banco de dados contendo informações de clientes (nomes, CPFs, endereços) é identificado pelo DSPM. A solução verifica se o banco está criptografado, se as permissões de acesso estão adequadas e se há conformidade com a LGPD.
  • Dados não estruturados: Um arquivo PDF contendo um contrato confidencial é armazenado em um serviço de nuvem. O DSPM identifica o arquivo, classifica-o como sensível e alerta sobre o fato de ele estar compartilhado publicamente. A solução recomenda mover o arquivo para uma pasta segura e restringir o acesso.

Encerrando

As soluções de Data Security Posture Management (DSPM) são essenciais para proteger tanto dados estruturados quanto não estruturados em ambientes modernos, especialmente com o crescimento do uso de nuvens e ferramentas colaborativas. Ao oferecer uma abordagem abrangente e proativa para a segurança de dados, o DSPM ajuda as organizações a reduzir riscos, garantir a conformidade e proteger seus ativos mais valiosos, independentemente de onde ou como esses dados estejam armazenados. Para empresas que buscam uma estratégia robusta de segurança de dados, investir em uma solução de DSPM que cubra ambos os tipos de dados não é apenas uma boa prática – é uma necessidade

Referências

https://www.checkpoint.com/pt/cyber-hub/cloud-security/what-is-cspm-cloud-security-posture-management/data-security-posture-management-dspm/

https://www.varonis.com/platform/dspm

https://securiti.ai/what-is-dspm/

Vulnerabilidades e explorações de servidores web

No mundo digital, vulnerabilidades em softwares são como brechas em um castelo e são como oportunidades para invasores mal-intencionados explorarem e causarem danos. Logo após a descoberta de uma falha, os atacantes, munidos de ferramentas automatizadas, vasculham a internet em busca de servidores e aplicativos que ainda não foram atualizados e estão vulneráveis.

Os atacantes possuem um arsenal de técnicas para explorar vulnerabilidades, cada uma com suas nuances e desafios. Algumas das mais comuns são:

Injeção de SQL: Manipulando consultas SQL, o invasor pode roubar dados confidenciais do banco de dados da aplicação.

Sequestro de Sessão: Interceptando cookies de autenticação, o hacker pode se personificar como um usuário legítimo e acessar áreas restritas.

Cross site scripting (XSS): Injetando scripts maliciosos em páginas da web, o invasor pode roubar informações do usuário ou redirecioná-lo para sites perigosos.

Execução Remota de Código (RCE): Explorando falhas no código da aplicação, o hacker pode executar comandos arbitrários no servidor, assumindo total controle.

Um caso mais recente, o Log4j 2, uma falha crítica permitiam que invasores executassem comandos maliciosos em diversos servidores de aplicações, abrindo as portas para diversos ataques. A reação foi imediata: os atacantes, iniciaram uma corrida em busca de sistemas vulneráveis.

Em dezembro de 2021, uma falha crítica (CVE-2021-44228) na biblioteca Log4j 2, amplamente utilizada em softwares Java, expôs sistemas em todo o mundo. A vulnerabilidade permitia a execução remota de código (RCE) por invasores, abrindo portas para diversos ataques, como roubo de dados, instalação de malware e sequestro de sistemas.

A facilidade de exploração e a amplitude da adoção do Log4j 2 tornaram essa falha uma das mais graves da história recente. Governos, empresas e organizações de todo o mundo se mobilizaram para atualizar seus sistemas e mitigar os riscos.

Mas nem sempre os ataques exploram falhas recém-descobertas. Se uma vulnerabilidade conhecida puder dar acesso a informações valiosas, os invasores não hesitarão em explorá-la. Isso reforça a importância da “segurança proativa”: antecipar e prevenir falhas no ciclo de desenvolvimento de software, antes que os invasores as descubram.

Proteger as aplicações exige vigilância constante e atualização contínua. Implementar medidas de segurança robustas como codificação segura, atualização de softwares, uso de web application firewalls (WAF), executar testes de penetração regulares e monitoramento de vulnerabilidades, é crucial para mitigar os ataques.

Referências

Web Application Firewalls (WAFs) For Dummies®, F5 3rd Special Edition
Copyright © 2024 by John Wiley & Sons, Inc., Hoboken, New Jersey


O que é um Web Application Firewall (WAF) e sua importância na segurança de aplicações web

Na era digital de hoje, garantir a segurança de aplicações web e APIs tornou-se fundamental para proteger informações confidenciais contra uma infinidade de ameaças cibernéticas. Um firewall de aplicação web (WAF) serve como um mecanismo de defesa crítico, filtrando e monitorando o tráfego HTTP para proteger serviços online contra os ataques maliciosos, como injeção de SQL, cross-site scripting (XSS) e transferência não autorizada de dados.

Dada a importância crescente da segurança de aplicações web destacada por inúmeras violações relatadas em investigações da indústria, a adoção de WAFs torna-se importante não apenas para proteger aplicações web, mas também para cumprir padrões regulatórios e proteger dados confidenciais.

Um firewall de aplicativo da web bem implementado pode proteger os aplicativos contra bots maliciosos e outras ameaças externas, ao mesmo tempo que garante a conformidade com padrões como PCI DSS. Além disso, os WAFs modernos, são projetados para atender às necessidades específicas de aplicações web, fornecendo medidas de segurança personalizadas e incorporando avanços em aprendizado de máquina para adaptação dinâmica a ameaças.

O que é um Web Application Firewall (WAF)?

Um Web Application Firewall (WAF) é uma ferramenta de segurança especializada projetada para proteger aplicações web ao monitorar e filtrar o tráfego HTTP/HTTPS entre a internet e o aplicativo web.

Funcionamento do WAF

  1. Monitoramento e Filtragem: O WAF inspeciona o conteúdo que passa entre a internet e o aplicativo web, aplicando um conjunto de regras—chamadas políticas—para bloquear tráfego malicioso.
  2. Proteção contra Ameaças Específicas: Protege contra ameaças conhecidas e emergentes, incluindo bots maliciosos, ataques de negação de serviço (DoS), e outras vulnerabilidades listadas pelo OWASP.
  3. Configuração de Políticas: As políticas do WAF podem ser rapidamente ajustadas para responder a ameaças emergentes, proporcionando uma defesa adaptativa contra uma variedade de vetores de ataque

Importância do WAF na Proteção de Aplicações

O Web Application Firewall complementa os firewalls tradicionais (como também NGFW) que não são suficientes para entender o tráfego web detalhadamente, ajuda a cumprir regulamentações de segurança e fornece logs detalhados para análise de tráfego, auditoria, identifica e controla o tráfego de bots, diferenciando entre bots benéficos e maliciosos, através de técnicas como análise de comportamento, CAPTCHA e desafios de JavaScript.

O WAF, portanto, é uma peça crítica na proteção de aplicações web e APIs, essencial para manter a integridade e a segurança dos dados enquanto enfrenta um cenário de ameaças em constante evolução.

Como o WAF Protege sua Aplicação Web

Filtragem de Tráfego

O Web Application Firewall (WAF) atua como um escudo protetor entre a aplicação web e a Internet, filtrando o tráfego HTTP/HTTPS para identificar e bloquear conteúdo malicioso antes que ele possa alcançar o aplicativo. Esta filtragem é essencial para proteger contra ataques comuns, como injeção de SQL e cross-site scripting (XSS). O WAF utiliza políticas de segurança que podem ser ajustadas rapidamente para responder a novas ameaças, garantindo uma proteção eficaz contra uma ampla gama de vetores de ataque.

Monitoramento e Bloqueio de Ataques

O monitoramento contínuo das solicitações e respostas HTTP permite ao WAF identificar padrões suspeitos e bloquear ataques direcionados, como tentativas de exploração de vulnerabilidades conhecidas e desconhecidas. Além disso, o WAF é capaz de detectar e impedir atividades de botnets e outras fontes de tráfego malicioso, utilizando métodos avançados como CAPTCHA e algoritmos de interação humana para diferenciar entre usuários legítimos e mal-intencionados.

Configuração de Políticas de Segurança

As políticas de segurança do WAF são configuráveis e permitem uma resposta personalizada às ameaças detectadas. Isso inclui a capacidade de permitir, bloquear ou registrar solicitações com base em critérios específicos, como endereços IP, cabeçalhos HTTP e strings de URI. Essas políticas são fundamentais para garantir que apenas o tráfego legítimo tenha acesso ao aplicativo, enquanto o tráfego malicioso é bloqueado. A flexibilidade e a adaptabilidade das políticas do WAF são cruciais para manter a segurança das aplicações web em um ambiente de ameaças em constante evolução.

Tipos de WAF

WAFs de Rede

Os WAFs de rede são soluções baseadas em hardware, implementadas fisicamente, on-premise, o que elimina latência e aumenta a eficiência do sistema. Eles são ideais para grandes organizações devido à capacidade de replicar regras e configurações em várias instâncias, proporcionando proteção em nível de rede. No entanto, esses WAFs exigem um investimento inicial significativo e custos contínuos de manutenção, além de dependerem de uma infraestrutura física robusta e equipe de TI especializada.

WAFs de Host

Os WAFs de host são integrados diretamente ao software da aplicação e oferecem um alto nível de personalização. Essa opção é mais econômica e permite uma visão detalhada do tráfego e comportamento da aplicação, sendo uma escolha popular entre as empresas que buscam uma primeira camada de proteção. Contudo, consomem muitos recursos do servidor, o que pode impactar o desempenho da aplicação.

WAFs na Nuvem

Os WAFs baseados em cloud são fornecidos como um serviço, com o tráfego sendo roteado através de um provedor de serviços de segurança na nuvem. Essa modalidade oferece uma implementação rápida e custos iniciais reduzidos, já que geralmente são contratados por meio de subscrição. Além disso, os WAFs na nuvem são constantemente atualizados para proteger contra as ameaças mais recentes sem custos adicionais, e não exigem hardware adicional. Contudo, a dependência do provedor de serviços pode ser um desafio, pois problemas no provedor podem afetar a disponibilidade e o desempenho do site.

Desafios na Administração de um WAF

Gestão de Falsos Positivos

A administração de um Web Application Firewall (WAF) envolve desafios significativos, especialmente na gestão de falsos positivos. O WAF pode erroneamente identificar tráfego legítimo como malicioso, resultando em bloqueios desnecessários que podem afetar a experiência do usuário e a funcionalidade do site. Ajustar as regras para minimizar esses incidentes requer uma análise cuidadosa e contínua do tráfego web, o que pode ser um processo complexo e que demanda tempo.

Manutenção e Atualização

Manter um WAF eficaz exige atualizações regulares das regras de segurança para enfrentar novas ameaças e vulnerabilidades emergentes. Este processo não só é essencial para a segurança das aplicações web, mas também exige uma equipe qualificada e recursos suficientes para implementar as mudanças de forma eficiente. A falta de manutenção adequada pode deixar o sistema vulnerável a ataques, comprometendo a segurança dos dados.

Configuração e Customização

Configurar um WAF adequadamente é crucial para sua eficácia. Uma configuração inadequada pode não apenas falhar em proteger contra ataques, mas também pode bloquear usuários legítimos, afetando negativamente a operação do aplicativo web. Personalizar as políticas de segurança para se adaptarem às necessidades específicas de cada aplicação é uma tarefa complexa que exige um entendimento profundo do comportamento do aplicativo e dos possíveis riscos.

Melhores Práticas na Implementação de um WAF

Determinação dos Requisitos de Segurança

A implementação eficaz de um Web Application Firewall (WAF) começa com a determinação precisa dos requisitos de segurança específicos da sua aplicação. É essencial entender a tolerância ao risco da organização e configurar as políticas de WAF de acordo. Por exemplo, uma grande operação de comércio eletrônico pode optar por uma tolerância mais alta ao risco para evitar bloquear tráfego legítimo, enquanto uma instituição financeira pode preferir uma tolerância baixa para maximizar a segurança ].

Escolha Entre Soluções no Local e Baseadas na Nuvem

A escolha entre soluções de WAF no local ou baseadas na nuvem deve ser guiada pelas necessidades específicas de infraestrutura e operacionais da sua organização. WAFs on-premise oferecem controle total e desempenho potencialmente superior, ideal para organizações com requisitos rigorosos de segurança de dados. Por outro lado, WAFs baseados na nuvem proporcionam flexibilidade, menor custo inicial e atualizações automáticas, sendo uma escolha eficiente para organizações que valorizam a facilidade de implementação e custos reduzidos.

Monitoramento e Análise Contínua

Manter um monitoramento constante é crucial para a eficácia de um WAF. Isso inclui ajustar e aprimorar as regras de segurança conforme novas ameaças surgem. A integração do WAF com outras soluções de segurança, como sistemas de detecção e prevenção de intrusões, pode oferecer uma proteção mais abrangente. Além disso, é vital garantir que a equipe de segurança esteja bem treinada e ciente das funcionalidades e relatórios do WAF. Utilizar tecnologias de aprendizado de máquina para a adaptação automática das proteções às mudanças nas aplicações e ameaças emergentes pode reduzir significativamente o atrito operacional e a sobrecarga administrativa.

Conclusão

Ao longo deste artigo, exploramos a função essencial dos Web Application Firewalls (WAFs) no fornecimento de segurança robusta para aplicações Web e APIs. As discussões destacaram como os WAFs atuam como um escudo protetor, filtrando e monitorando o tráfego HTTP para evitar uma variedade de ameaças cibernéticas, incluindo injeção de SQL, scripts entre sites e transferências de dados não autorizadas. Esta medida de segurança abrangente não visa apenas a defesa contra ataques, mas também a garantia do cumprimento das normas regulamentares e a proteção de informações sensíveis, reafirmando a necessidade de incorporar os WAFs na estratégia de segurança digital das organizações.

A integração e a administração adequada de um WAF significam uma postura proativa contra o cenário em constante evolução das ameaças cibernéticas que visam aplicações web e APIs. Ao implementar um WAF, as organizações podem melhorar a sua postura de segurança, cumprir os requisitos de conformidade e, em última análise, proteger os seus ativos digitais contra ataques sofisticados. Além disso, à medida que olhamos para o futuro, a importância dos WAFs só deverá aumentar com o crescimento contínuo de aplicações web e dispositivos IoT, a necessidade de investigação contínua, avanço e adoção destas soluções críticas de segurança para salvaguardar a integridade e disponibilidade de serviços online.

Referencias

https://avinetworks.com/what-is-a-web-application-firewall/
https://www.cloudflare.com/learning/ddos/glossary/web-application-firewall-waf/
https://www.f5.com/glossary/web-application-firewall-waf
https://www.paloaltonetworks.com/cyberpedia/what-is-a-web-application-firewall
https://ultahost.com/blog/web-application-firewalls/
https://www.youtube.com/watch?v=l5Zv1wbFF78
https://fj.com.br/web-application-firewall-o-que-e-o-waf-e-como-ele-protege-aplicacoes/
https://blog.bughunt.com.br/o-que-e-waf


Os desafios de segurança do desenvolvimento de aplicativos modernos

Na era digital, a agilidade e a rápida colocação de aplicativos no mercado são cruciais para o sucesso. Por isso, muitas empresas adotam métodos de desenvolvimento Agile e culturas DevOps, possibilitando múltiplas releases de código por dia.

No entanto, essa busca por velocidade pode comprometer a segurança. Desenvolvedores de aplicativos frequentemente dependem de componentes como containers, microsserviços e frameworks, muitos dos quais são softwares de código aberto (FOSS – Free Open-source software). Apesar de o FOSS ser uma grande fonte de inovação, ele também expande a superfície de ataque para agentes mal-intencionados.

APIs são outro componente crítico de aplicações modernas, permitindo a integração entre diferentes softwares. No entanto, APIs também são suscetíveis a explorações e abusos. Ao contrário de páginas web, APIs não são projetadas para interação direta do usuário, o que pode deixá-las fora do radar de equipes de segurança, tornando-as especialmente vulneráveis a ataques.

Componentes e APIs de código aberto, embora facilitem a vida dos desenvolvedores, introduzem novos riscos de segurança. Controles tradicionais, como desenvolvimento orientado a testes, nem sempre são eficazes com esses componentes. Por isso, o gerenciamento e a segurança da API precisam ser integrados ao pipeline de desenvolvimento.

Infelizmente, velocidade e segurança muitas vezes entram em conflito. A pressão para implementar novos códigos rapidamente pode levar ao uso inseguro de componentes FOSS e APIs. Pipelines de CI/CD que automatizam o desenvolvimento e a implantação geralmente carecem de testes de segurança adequados, gerando atrito entre desenvolvedores e equipes de segurança, pois os primeiros podem ver os testes como um obstáculo à agilidade.

Além disso, métodos de teste tradicionais, como testes unitários e de regressão, concentram-se na funcionalidade e não na segurança. Isso pode deixar os aplicativos vulneráveis a novas ou reintroduzidas vulnerabilidades.

A proliferação de endpoints digitais em arquiteturas modernas complica ainda mais o cenário de segurança. À medida que os aplicativos tradicionais evoluem para sistemas baseados em API, o número de possíveis superfícies de ataque aumenta. Equipes de segurança podem não estar cientes de todas as APIs em seu ecossistema, dificultando sua proteção adequada.

Para enfrentar esses desafios, as empresas precisam implementar medidas robustas de segurança de API. Isso inclui:

  • Descoberta dinâmica de API: Identificação automática de APIs em seu ambiente.
  • Proteções automatizadas usando aprendizado de máquina: Mitigação de ameaças em tempo real.
  • Colaboração estreita entre desenvolvedores e equipes de segurança: Integração da segurança no processo de desenvolvimento.

Ao priorizar a segurança da API, as empresas podem se proteger do crescente número de incidentes e violações de segurança.

Lembre-se:

  • A segurança da API é essencial para proteger seus dados e aplicativos.
  • Implemente medidas robustas de segurança de API para mitigar riscos.
  • Colabore entre desenvolvedores e equipes de segurança para integrar a segurança no processo de desenvolvimento.
  • Priorize a segurança da API para se proteger contra incidentes e violações.

Com as ferramentas e estratégias certas, você pode garantir que seus aplicativos modernos sejam seguros e confiáveis.

Para mais informações, consulte os seguintes recursos:

Fortigate – reset de senha

Para acessar um Fortigate em cenários que não se possui a senha de um usuário administrador, siga os seguintes passos:

  1. Acesse o equipamento via console
  2. Reinicie o equipamento
  3. Após o equipamento reiniciar e solicitar o usuário senha, você terá 30 segundos para digitar:

User: maintainer
Password: bcpb<serial-number>

Obs: Todas as letras do Serial Number devem ser maiúsculas (upper case)

Uma vez com acesso ao equipamento, você poderá editar a senha, como faremos com o usuário diego:

Fortigate # config system admin
Fortigate (admin) # show
config system admin
    edit "admin"
        set accprofile "super_admin"
        set vdom "root"
        set password ENC SH2rStUY1qj1l9OtWSt59p1VaWzLF3O7hHZLWKsnM7XKrOYAQWss12=
    next
    edit "diego"
        set accprofile "super_admin"
        set vdom "root"
        set password ENC SH2A7/GUDCIEUYkxbSXYJ522aNGyQPRTR/odp8FHprInkO2abnksdar=
    next 

Fortigate #
Fortigate # config system admin
Fortigate (admin) # edit diego
Fortigate (dinatech) # set password senha123456
Fortigate (dinatech) # end
Fortigate #

Caso seja necessário desabilitar o processo com o usuário maintainer por questões de risco e/ou compliance, configure os comandos abaixo via CLI:

 config sys global
 set admin-maintainer disabled
end

Se precisar resetar toda configuração, entre no equipamento com um usuário administrador e digite:

Fortigate # execute factoryreset
This operation will reset the system to factory default!
Do you want to continue? (y/n)y

Até logo!

The Art of Network Hunter (pt.2) – The Snitch PCAP!

por DanielOI*

Na primeira parte do post, conseguimos realizar a identificarão do ataque, conforme a conclusão do post a máquina 172.30.200.50 está infectada com um malware que responsável pela realização de requisições externas para o domínio www.gtishare.com [223.25.233.248].

Uma vez que identificamos o “paciente 0”, precisaremos entender tudo o que aconteceu pós infecção para tentarmos traçar uma timeline de eventos. O Primeiro passo é realizar uma rápida analise do report gerado no Hybrid Analysis [ https://goo.gl/62xumA ].

Aparentemente, o arquivo é apenas um PDF, como pode ser visto, ele foi aberto normalmente na máquina sandbox.

Porém ao analisarmos os processos, podemos verificar que o arquivo PDF aberto, realiza uma chamada para mais 2 executáveis, o “a.exe “, que por sua vez chama e o trojan.exe [nome um tanto quando sugestivo], que por fim realiza uma call para o netsh.exe.

Aparentemente o trojan.exe realiza uma chamada para o netsh com a intenção de colocar seu executável na whitelist do firewall da máquina da vítima.

Após isso é possível verificar que a máquina realiza diversas requisições para o domínio do atacante, isso pode significar algumas coisas como: acesso remoto diretamente a máquina da vítima, execuções de comandos remoto na máquina alto e etc.

Agora que sabemos basicamente as ações que o malware realiza na máquina da vítima utilizaremos comando tcpdump no arquivo PCAP para procurar de inconsistências nas requisições, como execução de comandos remotos, menções a arquivos estranhos, pacotes com dados encodados, movimentações laterais entre outras coisas.

Conforme imagem abaixo, podemos verificar algumas anomalias durante a troca de pacotes como a trocas de requisições encodadas em base64 ocorrendo da rede local para a internet .

Se efetuarmos uma tratativa básica de uma amostra para uma análise para decodar o encode, é possível ver claramente que o atacante está executando comandos remotamente na máquina da vítima.

Agora que sabemos como o atacante estava encodando suas ações na rede através da amostra retirada, basta parsear e tratar o arquivo pcap para descobrir todos os atos que o atacante realizou no computador da vítima.

Após a tratativa do PCAP, foi constatado que o arquivo com os ações realizadas pelo atacante contém mais de 1900 linhas entre execuções e retorno de comandos.

Vamos analisar o que o atacante fez de interessante na máquina da 
vítima

1 – Enumeração de usuário

2 – Enumeração dos administradores locais e do domínio

3 – Enumeração dos diretórios de rede

4 – Execução do binário x64.exe

5 – Copia de 2 arquivos o “ninikatz.ps1” e o “dllhost.exe”

A. ninikatz.ps1 -> Analisando o arquivo, foi possível validar que tratava-se do mimikatz

B. dllhost.exe -> Analisando o arquivo, foi possível validar que tratava-se do putty

O atacante usou o arquivo dll.exe para realizar a criação de um túnel entre a máquina da vítima e servidor do atacante, assim possibilitando um acesso remoto a máquina

6. Acesso do servidor DC1

7. Acesso do FileSever

8. Utilização de uma aplicação hotfix.dat (como pode ser visto, na segunda linha, trata-se de um rar) para comprimir os arquivos. Repare que ele salvou os arquivos como “logo.png”

→ Evidência que o logo.png e o logo2.png são arquivos compactados .rar .

9. Realização do mesmo procedimento em outro diretório, criando o logo2.png

10. Copia de um arquivo email.aspx (webshell) para o servidor ISS

11. Copia dos arquivos rar [logo.png e logo2.png] para o servidor ISS exfiltrando-os posteriormente

12. Remoção dos rastros

13 – Arquivos vazados (Exemplo)

Conclusão.

Após realizamos uma análise completa do arquivo PCAP, nós formos capazes de realizar a recriação dos detalhes do ataque sofrido pela corporação, como:

→ Identificar a origem do ataque;
→ Identificar qual foi o host infectado pelo ataque;
→ Identificar como o host foi infectado;
→ Identificar o arquivo malicioso utilizado para a realização do ataque;
→ Realizar a extração e análise do malware utilizado no ataque;
→ Constatar que o atacante realmente realizou um acesso não autorizado a rede interna da corporação;
→ Constatar como o atacante realizou o acesso não autorizado;
→ Verificar quais foram as ações tomadas pelo atacante durante o acesso não autorizado ao host infectado, como:
⇒ Enumeração de usuários;
⇒ Dump de credenciais de ao menos um usuário;
⇒ Acesso não autorizado servidores de arquivos;
⇒ exfiltração de dados;
→ Constatar as máquinas internas que o atacante realizou acesso durante o ataque;
→ Constatar que o atacante realizou a criação de WebShell em um servidor
→ Constatar que o servidor quem que o WebShell foi instalado, foi utilizado para realizar a extração dos dados.

Como todas essas informações do expostas é possível verificar o quão é importante para as corporações sempre realizar a análise e manutenção dos logs de rede, bem como sempre contar com profissionais preparados e capacitados para realização desses tipos de serviço.

IKE Fase 1: Resumo

Quando você está tentando fazer a uma conexão segura entre 2 hosts através da Internet, um caminho seguro deverá ser estabelecido, como por exemplo, por uma conexão VPN IPSec. Além dos mecanismos de autenticação e validação da informação a VPN IPSec necessita de um mecanismo eficiente de gestão de chaves.

O processo de gestão de chaves diz respeito à criação, eliminação e alteração das chaves. A implementação de uma solução VPN IPSec  utliza-se de um processo de criptografia que envolve uma periódica troca de chaves, embora o IPSec não integre um mecanismo de gestão de chaves, o IETF definiu como norma de gestão o protocolo híbrido ISAKMP/Oakley também denominado IKE, Internet Key Exchange para autenticar os dispositivos e  gerar as chaves criptografadas. O protocolo IKE utiliza o termo security association (SA), que é um acordo entre os equipamentos pares para troca de tráfego IPSec utilizando os requerimentos necessários para estabelecer as proteções aplicadas em uma conexão.

No estabelecimento de uma comunicação segura, passa-se pelas seguintes fases IKE:

Fase 1: Ocorre num meio inseguro. Tem o objetivo de estabelecer um canal seguro que irá proteger as trocas da Fase 2. É executada uma vez para várias fases 2;
Fase 2: Ocorre no canal seguro criado na fase 1. As suas negociações têm o objetivo de estabelecer as associações de segurança que irão proteger a comunicação.

Após estas duas fases, encontra-se estabelecido um canal seguro através do qual ocorre comunicação segura. Nesse post abordaremos apenas a Fase 1.

IKE Fase 1

A principal finalidade dessa primeira troca é permitir que os equipamentos finais consigam definir os parâmetros SA para estabelecer um canal seguro para futuramente estabelecer uma conexão IPSec. Tal canal é chamado IKE SA. Esse canal tem a função de criar criptografia e autenticação bidirecional para as outras trocas IKE e passagem de pacotes IPSec.

O IKE SA pode ser realizado de duas formas:

  • Modo Principal (Main Mode): negocia a criação da conexão através da troca de três pares de mensagem.
    • primeira troca de mensagens é relativa as formas de criptografia, autenticação (escolha dos algoritmos) e criação de chaves assimétricas.
    • segunda troca de mensagens utiliza o algoritmo Diffie-Hellman para trocas das chaves criadas, da assinatura digital ou da chave pública, de acordo com os parâmetros definidos.
    • terceiro par de mensagens verifica a identidade do outro lado. O valor de identidade é o endereço IP do par IPSec na forma criptografada. A principal  função do main mode é combinar IKE SA (security association)  entre os pares para fornecer uma conexão protegidas para posteriores trocas ISAKMP entre os peers IKE. O IKE SA especifica valores para a troca IKE: o método de autenticação usado, a criptografia, os algoritmos de hash, o grupo Diffie-Hellman (DH) utilizado, a vida útil do IKE SA em segundos ou quilobytes, e os valores de chaves secretas compartilhadas para os algoritmos de criptografia. O IKE SA em cada par é bi-direcional.
  • Modo Agressivo(Agressive Mode): é uma alternativa mais rápida ao modo principal, já que negocia a criação IKE SA através de três mensagens, ao invés de três pares de mensagens. A primeira mensagem de um dos extremos manda os parâmetros de segurança, juntamente com sua porção da chave criada por Diffie-Hellman e sua identidade. O outro extremo envia sua parte da chave, parâmetros de segurança e sua autenticação (geralmente por assinatura digital). Na última mensagem o primeiro extremo envia sua autenticação ao outro. Com essas três mensagens a conexão IKE SA está criada. Se ganha em velocidade, mas perde-se em segurança, por exemplo, as chaves podem ser interceptadas e forjadas.

No cenário abaixo, utilizando o Cisco IOS como exemplo, com o estabelecimento de uma conexão segura entre roteadores de uma empresa para uma VPN IPsec, em vez de negociarmos cada protocolo para criptografia, autenticação, etc , individualmente; podemos agrupar os protocolos em conjunto de politicas IKE (IKE policy).

O comando crypto isakmp policy define o IKE Fase 1, com os parâmetros utilizados durante a negociação. A sintaxe do comando crypto isakmp policy “priority” define a prioridade da policy. Caso os valores de criptografia, hash, DH e lifetime não sejam configurados, serão escolhidos os valores default (des, sha, rsa-sig, 1 e 86400 respectivamente).

Para configurar a pre-shared key (PSK) utilize a sintaxe:

 crypto isakmp key “tipo de cifragem da senha na configuração”  senha hostnameaddress endereço.

Nos próximos posts daremos continuidade no script para a Fase 2 e modos IPSec.

Referência

http://www.gta.ufrj.br/grad/08_1/vpn/ipsecelementos.html#_Toc200023677

http://civil.fe.up.pt/acruz/Mi99/asr/IPSec.htm

Implementing Cisco IOS Network Security , Cisco press – Catherine Paquet
Network Security Technologies and Solutions, Cisco press – Yusuf Bhaiji